O poeta anarquista
  Ao António Aleixo

Teu marido te encornou
e por isso me deixaste
Para mim o mundo desabou
Quando me abandonaste
 
|
  Sabes...

Sabes,
tenho saudades...
de teu cheiro
de tua pele
de teu sorrisso...

Já para mim não sorris
Já a mim não deixas cheirar-te
A outro, um dia, oferecerás tua pele...

Já ninguém para ti sou!
 
|
  Saberes

Sei que já de mim não precisas
Sei que já para mim não tens tempo
Sei que já para ti sou um estorvo
Sei que tudo acabou...
Por isso teu número apago
Por isso meu amor para mim guardo

Sei que nada mereço
Sei que sou o mais reles dos homens
Sei que há outros que te merecem
Sei que há outros que te terão
Sei que um dia tudo acaba
Sei... sei... sei...

Morro de tanto saber!
 
|
  Dores

Dizes que por mim já nada sentes...
Como doem as palavras!

Olhas para mim com olhos sem paixão...
Como doem esses olhares!

Finges que minhas lágrimas não vês..
Como dói o fingimento!
 
|
  Eras...

Eras meu sol, minha lua, meu ponto cardinal
Eras meu céu, meu mar, minha estrela polar
Eras minha paixão, meu carinho, minha tesão infernal
Eras...

Eras minha fortuna, meu ser, minha vida
Eras alguém para quem eu alguém era
Eras algo que não se compra, que não se tem
Eras...
 
|
  Vida

"Esta vida são dois dias e amanhã é o terceiro"
Mas parece que todos pensam:
"Esta vida é infinita e ainda estamos no começo"

Não percebo esta luta contínua
Não entendo esta filosofia de vida

"Todo o homem é insignificante perante a grandeza do Universo!"
Mas parece que todos pensam:
"Todo o homem é grande perante a insignificancia do Universo!"

Não alcanço esta grandeza
Não atinjo esta insignificância

"Deus, Senhor da Vida e do Universo criou o Homem"
Mas parece que todos pensam:
"O Homem, dono da vida e do universo criou Deus"

Não atino com esta crença
Não creio neste Homem
 
|
  Neste dia...

Neste dia de tertúlia
Nesta jornada de loucura
Nesta quinta de anarquia
Neste momento de orgia

Escrevo ao Amor
Canto à perdição
Consagro-me ao êxtase
Entrego-me a ti

Para a aventura
Para a vida
Para a paixão
Para o que tu quiseres...
 
|
  A minha loucura

Vagueando pelas estreitas ruas de Lisboa
Sonho acordado com as húmidas noites à beira-mar
Lembro os belos instantes passados contigo
Recordo os inesquecíveis momentos de amor

Sentado num bar, rodeado de gente,
Só vejo teu corpo
Só ouço tua voz
Só sinto a tua presença

Estarei alucinado?
Encontrar-me-ei aparvalhado?
Roçarei a depravação?
Aproximar-me-ei da demência?

Será a alucinação provocada pela droga?
Será o amor para os parvos?
Será a depravação própria de tarados?
Será a demência o culminar da loucura?

Então tu és como a droga
Então tu fazes de mim parvo
Então transformas-me em tarado
Então és a minha loucura
 
|
  A vida é dura... e o caralho também... às vezes.
 
|
  Estas amigas, tão felinas como betinhas,
dizem que as onças não são domesticáveis...
Tretas!!! Digo eu.
As onças,
na selva ou no pópó,
de joelhos ou de quatro,
amocham que nem cadelinhas...
Silenciosas ou barulhentas,
à pau(lada) ou a marradas de piça,
quando toca a levar com ele,
é sempre a aviar...
E como elas adoram festinhas na cabecinha...
 
|
  Sedução...Paixão...

Sedução...
A sedução é um jogo em que a fêmea/macho tenta provocar, conseguir a paixão do macho/fêmea...
Divertimento, forma de melhorar a auto-estima, jogo fascinante, jogo viciante para alguns que o provam...
Forma de fugir à rotina, criar aventura, fantasia, ilusão...

Paixão...
Paixão, um jogo? Pode ser, quando deliberadamente a tentamos provocar no outro.
Paixão, um jogo arriscado? Pode ser, quando caímos nela, por puro prazer de jogar.
Paixão, fuga da vidinha?
Paixão, jogo de derrota?
Paixão, excesso?
Paixão, pequena fraqueza humana?
Paixão, tentativa de ser o centro da vida de alguém, já que não o somos de ninguém?
Paixão, fuga à impotência?
Paixão, tentativa de resisitir à morte, enquanto vivo?
Paixão, forma superlativa de amor? Ou forma doentia de amor?
Paixão, jogo sem piedade ou forma de amor?
Camões? Fogo que arde sem se ver?
Existirá paixão sem dor?
De paixão em paixão até à paixão final...
Lema de vida para alguns?
Paixão, alegria de viver e morte da ilusão?
Qual será o nome para o vicio de jogar o jogo da sedução? E da paixão?
 
|
  Ai minha vida, minha morte
minha cona abandonada
anda por aí sem norte
e eu aqui sem saber nada
 
|
"Esse homem natural, anterior ao pudor e a culpa, teria exposto, em linguagem poetica, os seus instintos, a sua fome de gozo, de posse, de luxuria, com a ingenuidade luminosa de quem estivesse isento de pecado - instintivo, brutal e lubrico".

ARCHIVES
07/01/2003 - 08/01/2003 / 09/01/2003 - 10/01/2003 / 11/01/2003 - 12/01/2003 / 12/01/2003 - 01/01/2004 / 01/01/2004 - 02/01/2004 / 02/01/2004 - 03/01/2004 / 03/01/2004 - 04/01/2004 / 04/01/2004 - 05/01/2004 / 05/01/2004 - 06/01/2004 / 07/01/2004 - 08/01/2004 / 09/01/2004 - 10/01/2004 / 10/01/2004 - 11/01/2004 / 03/01/2005 - 04/01/2005 / 05/01/2007 - 06/01/2007 /


Powered by Blogger

Blogs

  • Fernando Pessoa
  • Fernando Pessoa
  • António Aleixo
  • José Agostinho Baptista
  • Poetry Café
  • Fragilidades
  • Erotismo na cidade
  • Porto de abrigo
  • Natividade
  • Jose Nuno
  • Aqui não há poeta
  • Escrever por escrever
  • Sopa de nabos
  • Bloguida
  • Poesias e Pensamentos
  • kuanto
  • Site Meter Site 
Meter