O poeta anarquista
  Sei lá

Não sou o mesmo que era quando te conheci...
Tudo muda as pessoas...
A morte e o amor e, provavelmente, o ódio...
Não sinto ódio por ninguém...
Já senti a morte e o amor...
Tudo acaba ou se transforma...
Sei lá...

Tudo é temporário...
Tu sabia-lo desde o início...
Eu, se calhar, também...
Será que a morte tudo resolve?
Não passamos de animais?
Será a morte um acto de amor?
O amor uma forma de suícidio?
O sexo, o poder, o dinheiro o picante da vida?
A loucura a verdadeira sobriedade?
...
Sei lá, ninguém sabe...
 
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  Vamos ser "poetas"
Acreditar
Que apesar de tudo o que fazemos
O amor nos guia....
 
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  Encontrar-se nas palavras II

"Pessoas frívolas são aquelas que amam só uma vez na vida. Àquilo a que chamam lealdade e fidelidade, chamo eu letargia do hábito ou falta de imaginação. A fidelidade está para a vida emocional como a coerência está para a vida do intelecto, quer dizer, uma simples confissão de fracassos. A fidelidade! Preciso de a analisar um dia destes. Existe nela a paixão pela posse. Há muitas coisas que atiraríamos fora se não receássemos que os outros as pudessem apanhar."
(Oscar Wilde)

... por isso não sou nem fiel, nem coerente... pois pior do que cometer alguma falta é cometer o pecado de sermos menos do que aquilo que podemos ser, restringirmo-nos à mediocridade e à pobreza de um espírito que não ousa desejar mais...
 
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  Encontrar-se nas palavras

Acho que me encontro nas palavras de Fernando Pessoa: " E assim sou, fútil e sensível, capaz de impulsos violentos e absorventes, maus e bons, nobres e vis, mas nunca de um sentimento que subsista, nunca de emoção que continue, e entre para a substância da alma. Tudo em mim é a tendência para ser a seguir outra coisa; uma impaciência da alma consigo mesma, como uma criança inoportuna; um desassossego sempre crescente e sempre igual. Tudo me interessa e nada me prende..."
E, no entanto, tu conseguiste prender-me, por que artes mágicas não sei... conseguiste embrenhar-te na minha alma... e é por isso que por vezes quase desejo que "não fales... Aconteces demasiado... Tenho penha de te estar vendo... Quando serás tu apenas uma saudade minha? Até lá quantas tu não serás!"
 
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  Cântico ao Poder

Dizem que o Poder corrompe
Contam que o Poder alucina
Escrevem que o Poder afasta
Murmuram que o Poder oprime

Dizem, contam, escrevem, murmuram....
Mas será que sabem o que é realmente o Poder?
Mas será que experimentam efectivamente a omnipotência?
Mas será que sentiram alguma vez que podiam?
Mas será que conhecem verdadeiramente tal coisa?

O Homem sonha
A vida ilude
A sociedade convence
Deus tem o Poder
 
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  Depois

Depois de teres estado comigo...
Pergunto-me como vivo quando não estás aqui?
Mal, freneticamente...
Como um peixe tentando respirar em areia seca.
O que sinto? Saudade...
De alguém que está perto.
É como morrer de sede em frente ao mar...
 
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  Musa de poetas

És tu musa de poetas
Tentação de homens
Habitante de sonhos
Libertadora de fantasias
Encantadora de líbidos

Virgem adorável
Que por tudo seduzires
Nada te basta

Vens das trevas mais negras
Ou descenderás dos astros?

Encantado,
O destino é cão que te segue
Semeias ao acaso alegrias,
Tristezas
E por tudo dominares
Nada te interessa.
 
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"Esse homem natural, anterior ao pudor e a culpa, teria exposto, em linguagem poetica, os seus instintos, a sua fome de gozo, de posse, de luxuria, com a ingenuidade luminosa de quem estivesse isento de pecado - instintivo, brutal e lubrico".

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