O poeta anarquista
  Mulheres...

Que mulher nunca comeu:
Uma caixa de Bombons, por ansiedade,
Uma alface, no almoço, por vaidade
Ou, um canalha por saudade?

Que mulher nunca teve:
Um sutiã meio furado,
Um tio meio tarado
Ou um amigo veado

Que mulher nunca temeu:
Uma consulta dentária,
Passar atestado de otária
Ou a incontinência urinaria

Que mulher nunca sonhou:
Com o marido de uma amiga,
Com a sogra morta, estendida
Ou com uma lipo na barriga?

Que mulher nunca pensou:
Em sumir uma panela,
Jogar os filhos pela janela
Ou que a culpa era toda dela?

Que mulher nunca penou:
Para ter a perna depilada,
Para aturar uma empregada
Ou para trabalhar menstruada?

Que mulher nunca gozou:
Pensando que era amor,
Dentro de um elevador
Ou com a ponta do indicador?

Que mulher nunca pediu:
Um dinheiro que nunca pagou,
Um perdão que nunca rolou
Ou licença porque o "Chico" chegou

Que mulher nunca perdeu:
A compostura no trabalho,
Uma festa por um jogo de baralho
Ou uma amiga por um caralho?

Que mulher nunca dormiu:
Sem tirar a maquiagem,
Ouvindo muita bobagem
Ou no meio de uma sacanagem?

Que mulher nunca acordou:
Com um desconhecido ao lado,
Com o cabelo desgrenhado
Ou com o travesseiro babado?

Que mulher nunca sofreu:
Um assedio sexual,
Dor de corno por um boçal
Ou um comichão vaginal?

Que mulher nunca apertou:
O pé no sapato para caber,
A barriga para emagrecer
Ou um fininho para enlouquecer

Que mulher nunca jurou:
Que não estava ao telefone,
Que nem pensa em silicone
Ou que "dele" não lembra nem o nome? 
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"Esse homem natural, anterior ao pudor e a culpa, teria exposto, em linguagem poetica, os seus instintos, a sua fome de gozo, de posse, de luxuria, com a ingenuidade luminosa de quem estivesse isento de pecado - instintivo, brutal e lubrico".

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